miércoles, 21 de noviembre de 2007

Se é pecado sambar

O samba me pega e arrasta
não sei se pelos bambas
não sei pelas tramas

O samba me pega e devasta
não sei se me resolve
não sei se me acolhe

Se é pecado sambar
Perdão meu bom DEUS!

lunes, 27 de agosto de 2007

Encontro com homens notáveis....

Compreendi com a vida que quanto mais as pessoas pensam ser evoluídas mais arrogantes e cheias de brilho no cú elas são.
Repare. Passo a passo. Certa vez um “amigo” (entre aspas mesmo) pensou ter descoberto tudo sobre chantagens emocionais por ter vivido um teatrinho numa roça qualquer no interior de São Paulo. E acreditem isso deu a ele o direito de chamar o filho de cinco anos de idiota e de me revelar que o seu cú brilhava.
O dialogo foi mais ou menos assim:
O Filho: (Realiza uma ação que o pai acha digna de ser realizada por um idiota.)
O Pai: (ARROGANTEMENTE CHEIO DE SABEDORIA) Ô seu IDIOTA!!!!
A Mãe: (que passava distraidamente) Opa, opa, opa... É assim que se educa? Filho vamo tomar banho e preste bastante atenção no que vou dizer. Você não é idiota!
O Filho: Eu sei mamãe. Eu sei até por que soldado usa botas. É pra proteger o pé de pisar ni cobras no mei do mato.
O Pai: (Com a consciência pesada) Vem cá filhinho, vem que o papai já vai.
O Filho: (não vai)
O Pai: (que sabe tudo sobre chantagens emocionais inclusive faz brilhante uso deste conhecimento) Então ta. TCHAU!!!
O Filho: TÀ BOM...(e dá o abraço)
O Pai: (Muito doce) Isso filho.Tchau viu?
A Mãe: Você devia aproveitar e pedir desculpas.
O Pai: Desculpas? Por que?
A Mãe: (Com calma) Você não se escuta?
O Pai: Tive um dia cheio.
A Mãe: Eu também e nem por isso chamo meu filho de idiota.
O Pai: Vai tomar no... E eu não me importo mais com chantagens emocionais de ninguém.(e realiza a ação de colocar nos ouvidos fones que cantam musicas belas e harmoniosas monta em sua bicicleta e sai arrogantemente “sábio”).
A Mãe: (constatando) É o seu mundo é mesmo o seu umbigo.
O Pai: É e repara no brilho que sai do meu cu! (e bate o portão arrogantemente “sábio”)
Vivenciar tal situação me faz pensar no que é violência. No que gera violência. Às vezes somos violentos e “sábios”. Envergonho-me de ter parido um ser pra habitar um mundo onde as referências o levam a ser violentos. Queria ser uma índia. Morar numa aldeia, comer do que plantar. Ser amiga dos animais e conhecedora das ervas. Ouvir a musica da vida, da natureza. Tenho tanto a aprender nessa vida! Arriar bem as panelas. Organizar melhor o meu tempo e o meu espaço. Educar melhor o meu filho. Amar a minha família e meus amigos. Paciência e amor. E o que fazer com a violência que sinto porque tive um dia cheio e não fiquei na inercia?Chamar meu filho de idiota? Empregar meus conhecimentos sobre chantagens emocionais nos meus? De resto tenho dores nos ombros...

lunes, 30 de julio de 2007

Será que sou nua?

De um lado os cabelos são presos
De um lado crescem soltos
Um olhar pra ninguém e volta a si
Sou meu própio trabalho
Sou minha pesquisa eterna
Sou sombra
Sou cores em preto e branco
Sou coluna eternamente elegante
Ai como quero ser brejeira
Mas não me deixam...
Mulher esfinge e sempre esfinge
Não me falta ornamentos
É que eles me estão dentro.

jueves, 26 de julio de 2007

Djavaneios maísticos....

Já faz um bom tempo que estou aqui diante desta tela fria na tentativa de escrever.
Penso, escrevo, desisto, apago, volto a escrever e volto a apagar e assim vejo os segundos se tornarem minutos e depois horas e o tempo passa.
O mundo não parou enquanto estive no exercício da escrita.
Chico Buarque foi a trilha que a ocasião escolheu para o momento...
Uma vizinha está ouvindo Chico e mesmo que eu deseje o silêncio pra organizar melhor meu pensamento seria impossível desconsiderar o Chico.
Se não me engano a musica é Pura Fantasia... Se não me engano.
O silêncio ia garantir que esta carta não tivesse tantos rodeios, mas aí vem o acaso e muda tudo. E não é assim a vida? Quando reconhecemos algumas respostas já existem outras perguntas. Toda esta filosofia banal serve de um bom gancho para entrar no assunto que verdadeiramente precisa ser ‘assuntado’.
Respostas para perguntas.
Perguntas sem respostas.
Respostas sem perguntas.
Perguntas para respostas...
E eu poderia vaguear e devanear muito mais nas linhas que se seguem...
Ainda não parei para reler o que meus pensamentos expelem pelos meus dedos então temo prejudicar a compreensão do meu leitor, mas desisto do medo porque acredito não poder fugir desta confusão se é assim que me sinto.
Viver tem me dado o que fazer e tem revelado no que tenho que pensar.
Escrever esta frase passada me faz ver o quanto a musica liberta e um devaneio pode ser Djavaneio.
Minha vizinha calou o Chico, pouco importa a musica me segue dentro.
Penso em tantas canções.
Uma especial me vem a mente.
A faixa três de um álbum do Djavan chamado Não é azul, mas é mar desvenda muito do que sinto.
A primeira vez que eu a ouvi cai num choro melancólico... Acho que chorava por amor.
Chorava por um devaneio Djavaneado ao amor.
E que amor é esse?
Eu se soubesse não estaria aqui
. Já procurei e não há.
Mas me consola saber que quando o céu precisa a lua vêm e esclarece.
Virá o tempo da lua clarear meu céu de dúvidas.
Por hora espero o dia raiar.
A madrugada está fria e apesar de gostar de ser só neste momento a solidão me apavora. Aprendi a ser só com um poeta.
E sempre tento aplicar na vida o que me contam os poetas em suas poesias.
Perco o rumo do pensamento, e desisto de reencontrá-lo.
Até mais ver.
Preciso arrumar as malas e seguir viagem...
Volto.
Claro que volto.
Eu sempre volto.
Só não sei se falar disso me será ainda imprescindível.
É que como disse as perguntas mudam...

miércoles, 11 de julio de 2007

Fragmento da peça Alma de Papel

Porque o amor, o verdadeiro amor é silêncio, é toque, é olhar, é sabor de boca na boca...
é apenas o deslizar constante e suave das mãos pelo dorso da pele...
ou um constante nada dizer daquilo que não precisa mesmo ser dito...
ou algo como não ouvir nem o mundo, nem nada no mundo, nem nada fora do mundo que não seja este mundo, aqui e agora, de onde apenas o silêncio ecoa tão forte, que é impossível não se aturdir com tanta força.

lunes, 9 de julio de 2007

Me toca a alma....

Porque dança como ninguém mais
Porque sem musica não vivemos
Porque somos livres
Porque me faz dobrar o pecoço
Porque me surpreende
Porque transcende a loucura
Porque busca o equilibrio
Porque canta pra eu dormir
Porque é manso
Porque me esconde segredos
Porque me conta devaneios
Porque quero na minha vida
Porque samba no meu terreiro
Porque tira som do meu pandeiro
Porque me rouba do mundo inteiro
Porque adora frutas
Porque gosta de comidas vegetarianas
Porque fazemos amor
Porque trepar é bom
Porque é "tchuco"
Porque semeia amor
Porque vejo trilha
Porque já é uma história
Porque SIM...

lunes, 2 de julio de 2007

Guimarizo a noite de ontem...

Saudade de tudo!...
Saudade, essencial e orgânica de horas passadas que eu podia viver e não vivi!...
Saudade de gente que não conheço, de amigos nascidos noutras terras,
de almas órfâs e irmãs,de minha gente dispersa,que talvez até hoje ainda espere por mim...
Saudade triste do passado,saudade gloriosa do futuro,
saudade de todos os presentesvividos fora de mim!...
Pressa!...
Ânsia voraz de me fazer em muitos,fome angustiosa da fusão de tudo,sede da volta finalda grande experiência:uma só alma em um só corpo,uma só alma-corpo,um só,um!...
Como quem fecha numa gotao Oceano,afogado no fundo de si mesmo...
(guimarães rosa)

sábado, 30 de junio de 2007

COMO FAZ O VENTO

Eu nasci como nasce a brisa, à beira do mar amigo do sol e da chuva aprendi a voar.
Como faz o vento assim eu quero viver.
Como faz o vento o vento que anda e é livre entre nos.
E cresci buscando nos versos que a poeira escondeu e arrastando as folhas que o outono varreu. Não nasci para ser a pedra, mármore que cobre um morto, a terra surprende a árvore e eu vou de porto em porto.
Abre menina abre a tua porta e deixa-me entrar, ninguem vai saber nada e eu vou madrugar.
E assim sem olhar para tras hão de ver-me passar, nada vos deixo, ninguem me espera...,
posso ir e voltar.
(Juan Manuel Serrat - Adaptação de Alexandre O'Neil)

nós

Às vezes tenho a sensação de tecer colchas com as histórias da vida.
Neste momento a linha deu um nó.
E nós-cegos nem percebemos em nós o que precisávamos desatar.